Tom Jobim y Elis Regina grabando el disco Elis & Tom en 1974, una versión absolutamente inolvidable de Aguas de Marzo, con Elis tentándose al final del tema.
É pau, é pedra, é o fim do caminho   
É um resto de toco, é um pouco sozinho    
É um caco de vidro, é a vida, é o sol    
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol    
É peroba do campo, é o nó da madeira    
Caingá, candeia, é o Matita Pereira.    
É madeira de vento, tombo da ribanceira    
É o mistério profundo, é o queira ou não queira    
É o vento ventando, é o fim da ladeira    
É a viga, é o vão, festa da cumeeira    
É a chuva chovendo, é conversa ribeira    
Das águas de março, é o fim da canseira    
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira    
Passarinho na mão, pedra de atiradeira.    
É uma ave no céu, é uma ave no chão    
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão    
É o fundo do poço, é o fim do caminho    
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho.    
É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto    
É uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando    
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando    
É a luz da manhã, é o tijolo chegando    
É a lenha, é o dia, é o fim da picada.    
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada    
É o projeto da casa, é o corpo na cama    
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama.    
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã    
É um resto de mato, na luz da manhã    
São as águas de março fechando o verão    
É a promessa de vida no teu coração.    
É uma cobra, é um pau, é João, é José    
É um espinho na mão, é um corte no pé    
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã    
É um belo horizonte, é uma febre terçã    
São as águas de março fechando o verão    
É a promessa de vida no teu coração
 




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